PÓS OPERATÓRIO
Cirurgia de Tireóide

Dreno

(desconsiderar se não possuir)

O local que foi operado produz uma secreção sanguinolenta que é drenada por um mecanismo de aspiração a vácuo, o dreno. Este dreno, normalmente, está localizado abaixo da incisão cirúrgica e permanece até o momento em que se der alta ao paciente. Quando o dreno é retirado, é normal que fique saindo um pouco de secreção sanguinolenta, pelo orifício do dreno, que vai diminuindo progressivamente até o orifício fechar sozinho, o que dura por volta de 2 dias. Enquanto isso, um curativo com gaze e micropore deve ocluir o local, e deve ser trocado quando ficar sujo de sangue, no mínimo uma vez ao dia. Apenas quando secar o local da secreção, é que a ferida poderá ser deixada aberta.

Curativo

A incisão de tireoidectomia fica coberta por um curativo de micropore estéril. Este curativo é formado por vários pedaços dispostos em paralelo e tem uma tripla função:

 * Proteger a incisão de bactérias e sujeiras
 * Servir como pontos falsos auxiliando no resultado estético da cicatriz.
 * Proteger do sol, que é um dos grandes inimigos de uma boa cicatrização.

O paciente sai do hospital com este curativo, que só será trocado no retorno de cirurgia, em consultório, após 1 semana. Durante este período, quando o paciente for tomar banho, pode molhar o curativo, devendo secar com uma toalha ou secador de cabelo, após o banho.

Alterações da Voz

Um em cada 10 pacientes que são operados da glândula tireóide, apresenta alguma alteração temporária na voz, enquanto que 1 em cada 250 pacientes, pode evoluir com alterações definitivas. Isto ocorre devido à proximidade da glândula com os nervos responsáveis pelos movimentos das cordas vocais. Estas mudanças na voz podem ser rouquidão, dificuldade em alcançar notas agudas ou cansaço ao falar. Normalmente regridem em algumas semanas, mas podem perdurar por vários meses. A reabilitação vocal ocorre através da terapia fonoaudiológica pelo profissional fonoaudiológico.

Pós-operatório:

Náuseas e vômitos

Alguns pacientes que passam por uma anestesia geral, podem sentir náuseas ou vômitos, depois da cirurgia, normalmente estes sintomas ocorrem no dia da cirurgia e tendem a melhorar bastante no dia seguinte, após uma noite de sono. Medicações para náuseas e vômitos, ou antieméticos, são prescritos de rotina, para que o paciente não sinta estes desagradáveis sintomas.

Dor

A tireoidectomia é uma cirurgia que apresenta um pós-operatório pouco doloroso, porém é comum sentir uma sensação de garganta inflamada, por até uma semana após a cirurgia. A cada dia que passa, espera-se uma melhora gradual.

Tosse

Os pacientes freqüentemente apresentam tosse no período pós-operatório, devido à manipulação da traquéia e por inflamação das cordas vocais pela intubação, durante a anestesia geral. Este sintoma tende a regredir espontaneamente e medidas como inalação e xaropes podem aliviar os sintomas.

Formigamentos e Cãimbras

Pacientes submetidos à tireoidectomia total podem sentir sintomas de formigamentos ou cãimbras que normalmente ocorrem após o segundo dia de pós-operatório. Estes sintomas devem ser tratados com altas doses de cálcio e vitamina D, por via oral, mas pode ser necessário, em alguns casos, a administração de cálcio endovenoso, em ambiente hospitalar, quando o cálcio em comprimidos, não for suficiente.

Retorno ao consultório

O primeiro retorno para reavaliação pós-operatória ocorre em 7 dias, agende sua consulta. Após, os retornos serão de 15 dias e 30 dias. A depender do caso e do resultado anatomopatológico o seguimento é contínuo. 

Pontos 

Os pontos normalmente são retirados 7 a 10 dias após a cirurgia. Alguns tipos de suturas utilizam fios absorvíveis e não precisam ser retirados.

Alimentação

Não há restrições alimentares específicas para a cirurgia de tireóide. O paciente pode sentir um pouco de dor, ao engolir, no dia da operação, recomendando-se uma dieta leve. No dia seguinte , este incômodo é bem menor e normalmente está liberada uma dieta geral, respeitando-se as restrições de antes da cirurgia, como dieta para diabéticos e hipertensos. Otimizar a alimentação rica em cálcio ( alimentos derivados de leite como iogurte, queijo; brócolis cozido)

Restrições

A principal restrição no pós operatório é quanto ao esforço físico por 30 dias. Deve-se evitar atividades como carregar peso, ginástica, correr ou atividades domésticas onde haja utilização de força. Este cuidado visa diminuir o aparecimento de inchaço e possível sangramento no local cirúrgico. Isto não quer dizer que haja necessidade de repouso absoluto. É permitido andar, subir escadas, desde que com moderação. O paciente pode movimentar o pescoço já nos primeiros dias, depois da cirurgia, mas deve evitar traumas na região.

Medicações:

Anti-inflamatórios:
São normalmente prescritos por 5 dias no pós-operatório. Evitam que o paciente sinta dor. Podem causar incômodos como queimação no estômago.
 
Analgésicos:
Apesar da cirurgia evoluir com pouca dor, estes medicamentos complementam o controle da dor, que os antiinflamatórios propiciam.

Cálcio:
Seu médico orientará o uso de cálcio, principalmente após cirurgia de tireoidectomia total. Ele é prescrito para evitar ou tratar os sintomas desagradáveis da hipocalcemia, como formigamentos e cãimbras. É utilizado quase sempre temporariamente e será retirado conforme a função das glândulas paratireóides se restabelecerem.


Reposição Hormonal:
Não há pressa para se iniciar a reposição de hormônios tireoidianos pois o nível de levotiroxina demora a cair na circulação sanguínea. Estes hormônios poderão ser administrados imediatamente ou alguns dias depois da cirurgia.

A cirurgia de tireoidectomia total levará sempre à necessidade de reposição hormonal pós-operatória. A tireoidectomia parcial pode ou não necessitar de reposição. Fatores como a quantidade de tecido tireoidiano remanescente e a presença de doença inflamatória crônica (tireoidite) influenciam na possibilidade do paciente desenvolver hipotireoidismo.

Qualquer intercorrência procure a emergência mais próxima.